Observei a equipe de remo, modalidade esportiva que, como o próprio nome diz, vários atletas têm que ter absoluta sintonia e sincronia nos movimentos para executarem a missão de avançar e conseguir chegar ao outro lado. Se um dos atletas não faz a sua parte, os demais membros ficam sobrecarregados. Se um dos membros está fora de sintonia, pode fazer com que se ande em círculos e não se saia do lugar. Se não houver sincronia, o movimento atrasado ou adiantado demais prejudica os demais membros. Todos têm que olhar para frente, mirando o objetivo.
Refleti sobre nossa vida e as áreas que, em conjunto, sintonia e sincronia devem avançar; e entre elas destaco: vida profissional, emocional, sentimental, social e espiritual.
A via profissional, em sua maioria, é reflexo de pessoas que sempre se capacitam nas “academias” universitárias: exercitam seu cérebro e buscam a satisfação e o sucesso na carreira que escolheram.
A vida emocional e sentimental se reflete em quem somos para nós mesmos e para os outros. Uma pessoa que não se aceita, não se ama, tampouco aceitará ou amará ao outro. Jung diz que vemos no outro não quem o outro é, mas quem nós somos. Assim, quando apontamos, julgamos, estamos, na verdade, vendo no outro a nossa própria personificação que insistimos em negar, seria a nossa “sombra” (nosso eu secreto que abominamos) refletido no outro. A vida sentimental (relacionamentos) também reflete quem somos; buscamos (muitas vezes e aí esta o problema) o que nos “falta” no outro. Mas a verdade é que se nos falta (falta a nós e não ao outro), então, nunca encontraremos.
A relação da vida emocional e sentimental é uma via de mão dupla, onde damos e recebemos. E a importância é perceber se há equilíbrio. Caso haja apenas em uma parte, haverá desequilíbrio, desarmonia e o bote irá virar quando menos se esperar, pois pessoas não existem para nos satisfazer e, em especial, nas relações amorosas nós não nos unimos a alguém para sermos felizes, mas para fazer o outro feliz (premissa número 1 para o sucesso de um relacionamento).
E isto de forma nenhuma quer dizer “anular-se”, mas, ao contrário, diz que estamos bem em relação a nós mesmos e desejamos estender ao outro este sentimento. Assim é preciso “sarar” as emoções, e isso se faz com reflexão pessoal, ajuda profissional em alguns casos, tempo e “chá de camomila” (pra ter paciência de esperar os resultados!).
A vida social e espiritual tem relação com o meio onde vivemos e os valores que cultivamos. Para algumas pessoas, apenas o dinheiro possui valor, e são muito pobres por tal motivo. A relação financeira só pode ser saudável se você possuir verdadeiro controle sobre seus bens materiais. Quando este se torna fator decisivo para determinar suas conquistas, sua vida inteira fica comprometida.
A espiritualidade, independente do rito que se pratica, busca dar equilíbrio às nossas ações, nos leva a um melhor conhecimento de quem somos e de quem desejamos nos tornar. Ser alguém espiritualizado, é ser uma pessoa que transcende, pensa e age com sabedoria diante das circunstâncias e situações.
Assim, na vida social, o saber quem se é, a consciência de seus valores intrínsecos, produz consciência tranquila, mesmo em meio a situações perturbadoras; e a espiritualidade bem direcionada nos leva, de forma saudável e sábia, ao caminho do autoconhecimento.
Obviamente que existem vários outros aspectos que compõem os demais lemes, e estes, aqui citados, apresentam superficialmente algumas situações comuns a nós. Porém, já nos dão um apontamento de que, se há desequilíbrio, o bote vira, ou anda em círculos e não avança.
Não é incomum uma pessoa ser bem sucedida em um aspecto e ir mal em outro. Pensemos em nossa vida como uma equipe de remo que precisa estar em sintonia. Se você cuida só do corpo, sua mente perece; se você cuida só de trabalhar mecanicamente e não busca formação e aprimoramento acadêmico, em breve será substituído por uma máquina, que produzirá bem mais, custando menos e, ainda, de brinde, não fala e não reclama.
Enfim, temos desconsiderado nossa vida como um todo. Buscamos sempre em outras pessoas o que julgamos não possuir. Buscamos no trabalho a compensação do fracasso na vida sentimental. Buscamos ostentar em bens materiais o vazio que possuímos dentro de nós.
Ninguém é perfeito. De fato, ninguém é. Mas deixar de desenvolver habilidades, buscar conhecimento, conhecer-se em seus limites, investir em relações que, notadamente, não o levarão a lugar algum por medo e insegurança é muito cômodo e comum. E pessoas cômodas têm perdido seu espaço e perdido as competições. Desafie-se a ser alguém melhor; desafie-se a ser você. O que você tem e é – sem exceção – ninguém terá, ninguém será! E o fato de sermos únicos nos faz melhores pra nós mesmos.
Detemos em nossas mãos o poder de mudar a história – a nossa historia – e de não repetirmos os mesmos erros. Somos autores, somos os braços que seguram o leme da nossa história. Depende de nós andarmos em círculos, ficarmos rodopiando, não irmos pra frente ou entrarmos em sintonia e sincronia e avançar. O desafio é se ouvir, conhecer-se, perdoar-se pelos erros cometidos, amar-se na sua individualidade. Nem todos o amarão pelo que você é. Mas alguns o amarão apenas por você ser quem você é, e esteja certo, é por estes que vale a pena lutar.
Ajuste os lemes, mire em sua meta, coloque-se a caminho. No percurso, podem haver alguns transtornos, desequilíbrios e compensações no outro leme. O importante é não perder o foco e responder a pergunta: o que faço me leva para onde quero ir? Se a resposta for sim, reme.
Cristina Coutinho
Paranaense, formada em Administração e graduanda em Psicologia, na ciência encontra a essência e reconhece que, quanto mais aceita quem é, avança. Ama música, poesia e saudade; todas a levam em direção ao céu. Acredita no poder da palavra escrita e da linguagem verbal, ou não. Entende que a vida flui de dentro pra fora e, por isso, o amor deve ser sua maior necessidade diária.
Obrigado pelo seu texto inspirador e iluminado. Era o que eu precisava ler. Abraço!
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Querido Vitor, muito obrigada. Grata de coração 🙂
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Cris,
Excelente texto, que nos dá coragem de não desistir.
Abraço
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Monica muito obrigada! Vamos juntas, alinhando os lemes 🙂
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OI Cris,
menina, como é difícil focar na meta ne?
Temos hoje tantas opções e distrações, que a gente pode se perder pelo caminho.
Muito bom ler o seu texto, estou ajustando meus remos
uma alegria tê-la no nosso time Muitas Marias!
bj
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Obrigada Mariella!
Me sinto honrada por estar neste “time”. E se o rio da vida segue o curso, vamos ceder a isso e seguir remando, Deus etará à frente do nosso leme, Ele nos guiará!
Um beijo 🙂
Cris
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Ótimo texto Cristina!!!!!
Acredito que toda pessoa precisa estar atenta ao essencial, e entendo, assim como você, que cuidar bem de cada área de nossa vida é essencial para sermos felizes. Eis um grande desafio, ajustar bem os remos para obter a sincronia, sintonia e por fim avançar!
Obrigada pela sua reflexão partilhada, que nos faz refletir!!!!
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Ola Luciene, eu que só tenho a agradecer.
Todas nós, a cada dia, com inúmeros desafios temos que nos ajustar ao tempo, e remar!
Deus é Emanuel – É Deus conosco.
Um beijo
Cris
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